terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

LIMITES E AMOR







LIMITES E AMOR

Penso que colocar limite nos filhos sem chantagea-los não seja uma das tarefas mais fáceis para os pais. Toda vez que uma criança sente que não tem valor para os pais ela se sente envergonhada e inferiorizada por isso. O EU se ama e se respeita quando se percebe amado e respeitado. E a educação sob o sistema de manipulação do outro através da atribuição e retirada de valor, acabam gerando adultos que sobrevivem com um senso de valor próprio defeituoso.Esta falta de limite entre o "EU" e o "OUTRO" faz com que as crianças sejam normalmente egocêntricas e se sintam misturadas com tudo a sua volta, explicando o mundo baseados em si mesmas (ex: tudo e culpa minha). Tornando-se então, pessoas que ora se subestimam ora se superstimam, tornando-se: ou excessivamente dependentes dos outros (sem a autonomia da vida adulta) ou excessivamente independente do outro (do tipo não precisa de ninguém).
A frustração é natural e os pais precisam aceitar essa emoção e os impulsos agressivos que as crianças podem apresentar quando sentem-se frustradas. A expressão da emoção é uma necessidade fisiológica do organismo em busca de um equilíbrio. Se ela não pode ser expressada ela retroflete e acaba voltando-se para o próprio EU e gerando sintomas e atitudes destrutivas.Alguns pais não toleram os impulsos e as emoções da criança ou são totalmente dominados por ela. Ha uma inversão de dependências, onde a criança fica com o poder de definir a situação e aprende que é do humor dela que depende o dos pais, e não vice-versa.
Crianças são imaturas, imperfeitas, elas são descoordenadas, deixam cair coisas, quebram objetos, caem, se sujam, fazem barulho, colocam o dedo no nariz. Enfim, crianças agem como crianças, pois além da falta de coordenação motora, elas carecem de falta de conhecimento sobre seus limites, como agir diante da dificuldade, etc. Em muitas famílias disfuncionais, onde os adultos se colocam como deuses que administram a perfeição (nunca erram) as crianças são punidas severamente e envergonhadas por cometerem erros normais.Uma outra forma inadequada de lidar com a imperfeição infantil e ignorá-la, fazendo com que as crianças nunca acabem aprendendo que seu comportamento aborrece ou perturbam outras pessoas. Assim também, se criam pessoas que crescem apenas na aparência física e social, emocionalmente continuam de alguma forma dependentes e orfãs de si mesmas.
1- Façam ela se sentir preciosa;
2- Dediquem tempo e atenção para poder ajudá-la a definir seus próprios limites e a obter as informações que precisa para lidar com a realidade e com suas próprias necessidades;
3- Permitam que a criança expresse seus impulsos agressivos e hostis sem se destruírem e sem destruírem a auto-estima da criança;
4- Permitam que a criança seja criança;
5- Sejam pessoas coerentes, consistentes e previsíveis que ensinem e ajam da mesma forma;
6- Sejam seres falíveis, que admitam seus erros e peçam desculpas.O comportamento agressivo infantil resulta, numa perspectiva desenvolvimental, na ausência de estratégias pessoais para organizar respostas melhor adaptadas as necessidades de conforto e segurança que a criança tem diante de situações ansiogênicas.
Assim como os pais ajudam uma criança a andar, a falar... também a devem ensinar a controlar sua agressividade e a aprender a hora e o modo correto de a exteriorizar, num exercício contínuo de respeito pelos outros e pela natureza.A ausência de limites e a permissividade como forma de agradar ou compensar possíveis ausências pode acarretar crianças que não conhecem seus limites e que não sabem lidar com sentimentos de frustração. O estabelecimento de limites claros é promotor do desenvolvimento saudável da criança. Quando for necessário, é importante dizer não, explicando o motivo da decisão e ajudando-a a pensar.
Com firmeza, amor e paciências, os pais conseguem, através do diálogo e do exemplo, ajudar a criança a encontrar estratégias que lhe permitam lidar de forma mais eficaz com os seus sentimentos.


PS:Texto que produzi para "trabalhar" com os pais nas escolas e nas ONGS que atuam com crianças e adolescentes.

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