segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Frágil flor










"Como pequena flor que recebeu chuva enorme
e se esforça para sustentar o oscilante cristal das gotas
na seda frágil e preservar o perfume que aí dorme,
e vê passarem as leves borboletas livremente,
e ouve cantarem os pássaros acordados nesta angústia,
e o sol claro do dia, as claras estátuas beijando sente.
E espera que se desprende o excessivo, úmido carvalho pousado,
trêmulo, e sabe que talvez o vento, a libertasse,
porém a desprenderia do galho, e nesse tremor e esperança aguarda
o mistério transida, assim repleto de acasos e todo coberto
de lágrimas há um coração nas lânguidas tardes que envolvem a vida".
Cecília Meireles

Postado por Silvia Luz

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