sexta-feira, 1 de abril de 2011

A insanidade tem nome

Toda mulher é doida.

Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, ... e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá ocupar uma vida, não é mesmo?
Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos

e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis,

e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e

embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp,

ou então virar loura e cafetina, ou sei lá,

... diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca.

Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem

ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica,

maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante.

Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Nossa insanidade tem nome: chama-se

Vontade de Viver até a Última Gota.
Só as cansadas é que se recusam a levantar

da cadeira para ver quem está chamando lá fora.
E santa, fica combinado, não existe.
Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres

da inquietude, que não deseje mais nada?
Você vai concordar comigo:
só se for louca de pedra.
Martha Medeiros

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