sexta-feira, 23 de julho de 2010

Onde vivem os monstros




















O que será que guardamos de selvagem e primitivo dentro de nos? Aquelas necessidades reais capazes de nos transformar em seres melhores e mais completos. A procura da felicidade na simplicidade, o olhar que enxerga o alem do nosso umbigo. O mundo hoje vive cercado pela busca de status e pela ditadura da beleza (compartilhada cada vez mais por homens e mulheres), criando pessoas "bonecas", quase sem vida.
Allan Kardec em sua obra O livro dos Espíritos destacou: “Nada tem de absoluto no limite entre o necessário e o supérfluo. A civilização criou necessidades que o selvagem desconhece. E não se pretende que o homem civilizado deva viver como o selvagem. Tudo é relativo, cabendo à razão regrar as coisas. A civilização desenvolve o senso moral e, ao mesmo tempo, o sentimento de caridade, que leva os homens a se prestarem mútuo apoio. Os que vivem à custa das privações dos outros exploram, em seu proveito, os benefícios da civilização.”
Já Herbert Viana contemplou essa discussão e sabiamente intitulou sua cronica de Cirurgia de lipoaspiracao? Onde trás a seguinte indagação:
"Hoje, Deus é a auto-imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer, não.
Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação.”
Um pouco de celulite nas nádegas, mas muita sabedoria no olhar.
A verdadeira beleza reside além da imagem física, que é sempre passageira.
A verdadeira beleza é a do espírito que se irradia pelo semblante, iluminando os olhos, adoçando os gestos, modulando a voz.
A verdadeira beleza resiste ao tempo, ao passar dos anos e se expressa na meiguice do olhar, na serenidade da face, no carinho dos gestos.
A verdadeira beleza é imortal. A beleza é a verdade.

Postado por Silvia Luz

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